A definição no dicionário de aquacultura é: “criação de animais aquícolas por meios científicos”, ou seja, aquacultura é uma técnica utilizada para criação de espécies aquáticas úteis ao ser humano, por meio de algum tipo de controlo do organismo e do ambiente a que está inserido (Idyll, 2011).
As principais espécies comerciais utilizadas em aquacultura são:
- Robalo – Dicentrarchus labrax;
- Dourada – Sparus aurata;
- Pregado – Scophthalmus maximus;
- Salmão do Atlântico – Salmo salar;
- Salmão do Pacífico – Oncorhynchus kisutch;
- Bacalhau do Atlântico – Gadus morhua;
- Corvina – Argyrossomus regius;
- Enguia Europeia – Anguila anguila. (Cabrita, 2016)
Apesar de a razão pela qual se pratica aquacultura seja para que haja uma diminuição da pressão humana sob os ecossistemas marinhos e de água doce (pressão esta causada quer seja pela sobrepesca, como pela pesca ilegal, não regulada e não regulamentada), a técnica usada para alimentar estes animais, por norma, é o sistema de engorda. Isto significa que os peixes são alimentados para que tenham um crescimento mais acelerado do que teriam em vida selvagem, o que, geneticamente, resulta numa puberdade adiantada a um tamanho corporal menor do que geralmente se verifica no meio natural.
As consequências da puberdade adiantada nos peixes são:
- Diminuição do crescimento e peso;
- Aumento da dispersão dos tamanhos;
- Necessidade de mão de obra extra em crivagem de tamanhos;
- Aumento da agressividade entre indivíduos;
- Aumento do risco de impactos genéticos nas populações selvagens, aquando da existência de peixes mantidos em jaulas (uma técnica usada em aquacultura). (Cabrita, 2016)
Existem alguns métodos a utilizar para se “evitar” este fenómeno, como métodos de esterificação e produção de populações mono-sexo.
Sabemos que a busca por um segundo planeta habitável deixou de ser ficção científica, o que me faz pensar que de certa forma estamos a desistir do nosso próprio planeta, da nossa origem…mesmo quando temos a opção de preservarmos e conservarmos o Planeta Azul, pois não há outro igual. Tentamos sempre contornar os problemas criando novas formas e novas técnicas de fabricar ou produzir o mesmo produto, daí a existência da aquacultura. Mas a aquacultura não pode ser a única solução, até porque as rações são feitas à base de outros peixes (Sá, 2016). Para produzir um quilo de dourada, gasta-se um quilo e meio de ração seca, o que pode equivaler a quase cinco quilos de peixe húmido (Sá, 2016). “Se estivermos a pensar só em peixes carnívoros, não resolve. O objetivo deverá ser encontrar uma espécie herbívora com um sabor que agrade aos consumidores”, defende o investigador do Centro de Ciências do Mar, Adelino Canário (Sá, 2016).
Bibliografia:
- CABRITA, Elsa (2016) Aula 1- Exploração comercial dos recursos marinhos – Aquacultura. Universidade do Algarve.
- CABRITA, Elsa (2016) Aula 2-Produção das principais espécies comerciais: a Aquacultura como diminuição da pressão sobre os recursos. Universidade do Algarve.
- C. P. Idyll (2011) Marine Aquaculture: Problems and Prospects. Journal of the Fisheries Research Board of Canada.
- SÁ, Sara (2016) Até Quando Vamos Ter Peixe? Visão Verde.